O que: Exposição “Le Corbusier, entre dois mundos”
Quando: 17 de junho a 19 de julho
Onde: Galeria Principal (SBS Quadra 4 Lote 3/4, edifício anexo da Matriz da CAIXA)
Unidade Habitacional de Marseille - foto Fábio Scrugli
Notre Dame du Haut - em Ronchamp/FR (imagem: greatbuildings.com)
Cadeira LC 102 (imagem: www.steelform.com/)
Chaise Longue (imagem: www.steelform.com/)
Pintura, 1952. Um dos 550 quadros que Corbusier deixou
As obras de Corbusier estão co cuidado da Fundação Le Corbusier: http://www.centerlecorbusier.com/
Maquete original do Palais de Filateurs, 1951, feita em madeira e cartolina. Foto Fundação Le Corbusier.
Charles-Edouard Jeanneret, mais conhecido como Le Corbusier, é tema de uma mostra que começa em Brasília e segue para o Rio de Janeiro, e é mais uma iniciativa do Ano da França aqui no Brasil.
O arquiteto suíço é considerado a figura mais importante da arquitetura moderna. Em seu livro “Vers une Architecture”, publicado pela primeira vez em 1923, ele descreve o que seriam as bases para a arquitetura moderna e funcionalista e que junto com o Movimento da Bauhaus mudaram a forma de se ver e fazer produtos e estruturas. Também criou cadeiras inesquecíveis como a quadradinha LC 102 e a Chaise longue, ambas de 1929.
Nas palavras do curador: “Se os anos antes da guerra, principalmente as décadas de 30/40, confirmam um Le Corbusier teórico, de notoriedade internacional incontestável, os anos do pós-guerra correspondem à revelação de um grande criador. É durante o último período de sua carreira que Le Corbusier criará suas obras-primas mais relevantes: a unidade habitacional de Marselha, a capela de Ronchamp, o convento de Tourette, os edifícios do Capitólio em Chandigarh na Índia…”.
A exposição vai cobrir todas as linhas de criação com que Le Corbusier trabalhou, desde desenhos, pinturas, esculturas, tapetes, projetos, etc. Para ele nenhum era mais importante que o outro; “Não há apenas escultores, apenas pintores e apenas arquitetos. O evento plástico se realiza em diversas formas a trabalho da poesia”.
Informações: (61) 3206-9448
Entrada Franca
Corbusier e o Brasil
“Para este grande viajante, existem lugares privilegiados no planeta, entre montanhas, planaltos e planícies com grandes rios que correm rumo ao mar. O Brasil é um desses lugares acolhedores e generosos que gostamos de poder considerar como um amigo”. Le Corbusier
Le Corbusier (1887- 1965) viajou e trabalhou em várias partes do mundo. De Marselha a Brasília, atuou no urbanismo, na arquitetura e nas artes plásticas. Os princípios fundamentais de sua obra foram decisivos para o desenvolvimento da arquitetura moderna brasileira.
Por onde passou, Le Corbusier (pseudônimo adotado ao se mudar, aos 29 anos, para Paris) se deparou com estilos diversos, de épocas diferentes. De todas estas influências, captou aquilo que considerava essencial e atemporal. Para o curador Jacques Sbriglio, as duas vindas de Le Corbusier ao Brasil, em 1929 e em 1936, causaram visível impacto em sua obra: “O antes é o período ‘purista’, o das mansões parisienses, e o ‘racionalista’, do edifício Clarté ou Molitor. O depois é o período ‘brutalista’, com o concreto armado como sua matéria prima e todo um novo vocabulário arquitetural que se implanta, a partir da utilização do quebra-sol, que se torna para Le Corbusier, após o pilotis, a planta livre, a fachada livre, a janela em fita e o terraço jardim, o ’sexto ponto da arquitetura moderna’”.
Apesar de não ter participado diretamente da construção de Brasília, a Capital Federal foi uma grande urbe de experimentação de Le Corbusier já que aqui suas idéias utópicas de construções arquitetônicas contemporâneas aliadas a conceitos sociais se tornaram realidade. Le Corbusier foi um dos primeiros arquitetos a compreender as transformações de um planejamento urbano sistemático e programado. Em sua perspectiva, essa idéia deveria consistir em grandes blocos de apartamentos assentes em pilotis, deixando o terreno fluir debaixo da construção. Paisagem mais que típica do Plano Piloto de Brasília.
Além disso, Le Corbusier concebeu diversos projetos de urbanização para o Brasil. Particularmente para a cidade do Rio de Janeiro, os projetos foram pensados conforme a topografia e o clima brasileiros, juntamente com as correntes artísticas e de pensamento desde os anos 20 até o começo da Segunda Guerra Mundial. Esta etapa de estudos e projetos anunciou a ruptura do caráter cartesiano encontrado na obra inicial do arquiteto. Na exposição do Brasil, assumem fundamental importância também os projetos da maturidade de Le Corbusier.
Créditos:
http://abcdesign.com.br/categoria-3/1706-a-1907-le-corbusier-entre-dois-mundos/