O olhar que a arquitetura lança sobre a cidade compromete-se com tarefas de entender e agir sobre seu objeto: o espaço socialmente utilizado. Essa demarcação profissional torna o espaço urbano certa modalidade do espaço arquitetônico, assim como possibilita abranger quaisquer lugares, pelo olhar da arquitetura.
Este olhar arquitetônico sobre a cidade atribui qualidades arquitetônicas a seus lugares e estas derivam da condição social do objeto da arquitetura. Por outro lado, essa condição faz com que a arquitetura não se contenha no espaço per se, mas se posicione na relação entre espaço e sociedade. Assim, características arquitetônicas dos lugares são intermediadoras de vínculos dos homens com a natureza e entre si; nesse papel, a arquitetura responde a demandas sociais para espaços e tal resposta significa desempenhos espaciais melhores ou piores, para a realização de expectativas sociais.
Desempenhos espaciais dão-se por meio da materialidade dos lugares e esta se mostra aos indivíduos por meio da forma física dos espaços. Logo, o desempenho dos lugares situa-se em sua configuração e importa entender qualidades arquitetônicas conforme seu papel na satisfação de expectativas expressas por pessoas, grupos ou sociedades historicamente definidas.
Embora socialmente construídas, expectativas quanto ao desempenho morfológico dos lugares permitem classificação em conjuntos genéricos aos quais correspondem atributos configurativos. A correlação expectativas sociais características morfológicas pode ser focada através do conceito de dimensão, este entendido como aspecto, nível ou direção para se investigar, realizar uma ação ou relacionar ambas. Portanto qualquer espaço arquitetônico possui desempenhos em diversas dimensões e não apenas uma única performance.
Desempenhos morfológicos de um mesmo lugar podem ser ou não, coerentes; seu desempenho global será a integração de performances parciais, sujeitas a ponderações valorativas de cada dimensão considerada.
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